A Gazeta Esportiva Ilustrada


Teixeirinha

Já que a fase no São Paulo não é das melhores,resolvi reproduzir um texto feito pela A Gazeta Esportiva sobre um jogo do tricolor contra o Juventus no dia 3 de junho de 1946.

Atentem para o resultado da partida.

O TRICOLOR ACERTOU O PÉ…

Após varias jornadas incertas,o São Paulo FC conquistou um triunfo digno de um líder invicto – Vencido o Juventus pela extravagante contagem de 7 a 3 – Leonidas voltou a ser o Leonidas da Copa do Mundo de 1938 – Teixeirinha marcou três “goals”

Desde a primeira rodada do campeonato profissional paulista do corrente ano,o São Paulo vinha preocupando seriamente sua enorme e fiel torcida,pois muito embora vencendo todos os adversários que teve pela frente,não havia ainda acusado uma produção digna do posto que ocupa na classificação por pontos ganhos e que é líder invicto.

Venceu o Ipiranga por 4 a 3 com não poucos esforços. Mesmo tendo abatido o Jabaquara por 4 a 0,não convenceu de todo. Suplantou o S.P.R poe 3 a 1 e a historia se repetiu:venceu mas não convenceu. Nem mesmo contra a Portuguesa Santista a qual derrotou por 5 a 2,o “onze” de Gijo conseguiu agradar inteiramente.

Em todos os cotejos que citamos o São Paulo apresentou defeitos alarmantes,quer no ataque quer na defesa,razão pela qual suas exibições não foram encaradas seriamente. Não se sabia o que vinha acontecendo e por este motivo sua torcida não…dormia sossegada,com vistas aos seus próximos e mais sérios compromissos do campeonato.

Sábado,porém o tricolor conseguiu acertar de vez com o caminho da correção e conquistou o seu primeiro e convincente triunfo,através de uma produção digna de um verdadeiro líder invicto.

Cremos que,na tarde de sábado,qualquer que fosse o adversário do São Paulo,não resistiria a decidida reação dos tricolores.

Os dois quadros jogaram com as seguintes formações:

São Paulo – Gijo, Piolin e Renganeschi, Ruy, Bauer e Noronha, Barrios, Sastre, Leonidas, Ieso e Teixeirinha.

Juventus – Chiquinho,David e Belacosa, Moacir, Curtis e Nico, Ferrari, Abraão, Niquinho, Zé Braz e Zalli.

Passemos agora á descrição rapida dos dez tentos marcados:

LEONIDAS – Aos 9 minutos,Barrios atirou de fora da área e Leonidas embora acossado por Belacosa,desvia a bola para longe do alcance de Chiquinho.

NIQUINHO – Dois minutos depois,Moacir despeja a bola para a frente.A mesma entra na área e Ferrari centra. Gijo estira-se e desvia a trajetória.A esfera vai aos pés de Niquinho que marca com as redes desguarnecidas.

LEONIDAS – Quando a partida atinge seu 30 minuto,Ieso da a Barrios que na descida da bola trava e estende a Leonidas,atirando o “magia” sem apelo.

NICO (contra) – Aos 37 minutos de jogo,Teixeirinha controla e dá a Sastre na esquerda. Este serve Leonidas que cruza e Nico entra desastradamente ,colocando a bola nas redes de seu clube.

TEIXEIRINHA – O ponteiro canhoto recebe na sua ala e centra rasteiro. Ieso arremata de primeira e Chiquinho só consegue rebater,para Teixeirinha completar a jogada com sucesso.

NICO – Renganeschi rechaça a bola e esta vai ter aos pés de Nico que avança e atira sobre a área. Ferrari e Piolin tentam intervir e falham. A esfera toca no terreno,toma impulso e vai surpreender Gijo.

Segundo tempo:

TEIXEIRINHA – aos 12 minutos o juiz marca um escanteio contra o Juventus. Barrios cobra muito bem e junto do arco Teixeirinha salta e de cabeça marca o quinto tento Sampaulino.

BARRIOS – Seis minutos após um escanteio nulo, a pelota rechaçada vai aos pés de Barrios que força a área e atira,Teixeirinha salta na frente de Chiquinho,atrapalhando-o, e …novo tento tricolor.

TEIXEIRINHA – Quando eram decorridos 36 minutos de luta,Sastre avança e entrega na ponta a Teixeirinha que invade a área desmarcado. Chiquinho sai do arco e é encoberto pelo ponteiro que faz o “goal” numero 7.

FERRARI – Zé Braz recebe e lança para um centro alto. Cochila a defesa sampaulina e Ferrari na corrida acerta uma “testada” encerrando a contagem.

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De Sordi

Um pouco mais da primeira edição da revista “ A GAZETA ESPORTIVA ILUSTRADA” de 1957.

A matéria fala da volta do zagueiro DE SORDI do São Paulo aos gramados depois de ficar de fora da fase decisiva do campeonato Paulista de 56 se recuperando de uma cirurgia.

DE SORDI RETORNA BEM DISPOSTO – TEXTO DE CARMELO MENDES

Quando esta reportagem estiver saindo em A GAZETA ESPORTIVA ILUSTRADA,De Sordi,valoroso e valente zagueiro do tricolor paulista,também já estará de retôrno aos treinos coletivos do clube do Morumbi.

Entretanto,convem que se destaque,uma vez mais,que a ausencia de De Sordi,no campeonato Paulista,propriamente dito,se prendeu á contusão sofrida no turno de classificação e,tambem,ao opera-não-opera que antecedeu a intervenção cirurgica.

UM GRANDE 1957

Mas,De Sordi,esperou muito tempo para “entrar na faca” como se diz na gíria. Esperou para ver se não era necessária a intervenção,mas uma vez cientificado de que não haveria outro caminho,ele se submeteu a operação.

Foi descansar para se recuperar fisicamente em sua cidade natal: Piracicaba. E agora já retornou ao “mais querido” apresentando-se ao técnico Vicente Feola.

Realizou o “tourinho” treinos leves e iniciou a parte mais importante dessa campanha de recuperação. Seu posto,na equipe de cima do São Paulo,é a meta visada. Sabe ele que encontrará entretanto,pela frente,um Clélio disposto a manter-se na posição a que vem jogando o que sabe.

Portanto,uma parada dura,em que precisará se empregar ao maximo para conseguir um resultado cem por cento positivo.

De Sordi,porém,compreende perfeitamente que tem tempo suficiente para,aos poucos,ir retornando ao seu melhor estado e,dessa maneira conseguir entrosar-se perfeitamente com o jogo dos demais companheiros,voltando a ser aquele elemento util ao clube e ao futebol paulista e brasileiro.

OPERADO E REINICIANDO

Falando a reportagem do ESPORTIVA ILUSTRADA, De Sordi declarou: “Sinto-me perfeitamente bem,no que diz respeito á parte fisica. Agora preciso empregar-me a fundo nos proximos treinos,a fim de que possa ganhar melhor estado,adquirindo a antiga forma técnica. Tenho confiança em que,encontrarei condições para retornar a equipe principal”.

VOLTAR BEM DISPOSTO

Voltando á atividade neste ano de 1957 deseja De Sordi,como falou em palestra conosco,que nesse ano,possa conseguir para as cores de seu clube grandes glorias. A Inauguração do Morumbi,a disputa do torneio internacional, o Rio-São Paulo e outras dificeis realizações amistosas,poderão servir para que o “tourinho” mostre sua classe e para que,ao lado dos bons companheiros que possui
batalhe para dar ao clube das três cores,grandes conquistas e outros galardões…

A gazeta esportiva Ilustrada

Como prometido vou dar inicio a série de reportagens feitas na Revista “ A GAZETA ESPORTIVA ILUSTRADA”.

A capa da primeira edição de 1957 tem como “modelo” o goleiro Bonelli do São Paulo.

A revista fez uma retrospectiva do que de melhor aconteceu em 1956,com destaque para o campeonato Paulista vencido pelo Santos,em um jogo extra contra o São Paulo realizado no Pacaembu (Santos 4 x 2 São Paulo).

A matéria feita pela equipe da revista sobre o bicampeonato Santista,será reproduzido com a grafia da época.

Santos – Bi- Campeão em 1956!

Esta encerrado o campeonato Paulista de futebol de 1956.Encerrado com um jogo extra para que o campeão pudesse ser apontado.

São Paulo e Santos terminaram,após duas campanhas das mais meritórias,empatados no primeiro posto do torneio.

Antes que se diga algo da já tão decantada vitória praiana é necessário afirmar que este foi,realmente,um dos maiores campeonatos dos últimos efetuados,notadamente no setor das arrecadações que impressionaram favoravelmente.

Os clubes terminaram,muitos deles,com os cofres cheios de dinheiro,o que era difícil e considerado até impossível em certames anteriores.

A explicação deste sucesso financeiro,primeiro,foi o interesse que desde logo despertou entre os litigantes a batalha pela posse da taça “A GAZETA ESPORTIVA” primeiro pelo Santos,que a conquistou com 24 jogos sem derrota e,depois pelo Corinthians que logrou,com 25 jogos no mesmo certame roubar o troféu precioso dos praianos.

Esse “vai e vem” provocou jornadas memoráveis e um sem-numero recordes de renda,como é do conhecimento público.

Depois a luta pelo título,sempre empolgante e difícil,provocando novas “enchentes” nos pequenos estádios paulistas,e,por último,uma partida mais,a finalíssima,decisiva para o cetro de 1956.Tudo contribuiu para o exito do torneio.

UMA GRANDE CONQUISTA

O Santos ganhou o título com todas as honras. Lutou desde o Torneio de classificação para se firmar no primeiro posto. A idéia do bi-campeonato levou os praianos,ás vezes,considerados fora do páreo,até o título máximo.

Mesmo as derrotas,ás vezes acachapantes,como contra o Corinthians (4 a 0) e São Paulo (3 a 1),na própria Vila Belmiro,acabaram com o animo dos campeões de 55 e 56.Depois ,uma derrota ante o Palmeiras (2 a 1) os colocava praticamente fora do título,a Portuguesa faz o São Paulo tropeçar (2 a 2) e tudo se equilibra.

Vem o confronto Corinthians e Santos,teste decisivo para as possibilidades do alvi-negro praiano e,o clube “campeão” da técnica da disciplina vence como campeão (2 a 1 ).Depois disso,com 6 pontos perdidos tanto Santos como São Paulo,houve necessidade de uma partida decisiva e ela foi realizada com uma nova grande arrecadação (Cr$ 2.086.560,00).

Neste jogo o Santos por muitos colocado em plano inferioridade ao São Paulo que,realmente,vinha de notáveis exibições,foi para a luta com toda a sua alma e conseguiu feito dos mais expressivos superando o tricolor do Morumbi pela altissonante contagem de 4 a 2.

Não existem quaisquer restrições ao feito dos Santistas,pelo contrário,o mesmo merece elogios. Foi,o Santos a equipe que mais manteve o primeiro posto e que mais lutou visando o título,aproximando-se do mesmo por diversas ocasiões até a conquista final.

Nos 4 a 2 a equipe do Santos reencontrou o seu melhor jogo,livre de complexos e partiu para a grande vitória que lhe vale pelo bi-campeonato e mais uma brilhante pagina em sua longa história.

REVELAÇÕES DO CERTAME

As grandes revelações do campeonato que agora se encerra foram:

Orlando,Diógenes, Ditão e Ademar (Juventus), Maurinho, Savério,e Aldo (São Bento),Drace e Renzi (XV de Piracicaba), Barrela ( XV de Jaú),Zé Americo e Sergio (Taubaté),Martim,Joel,Mazzola e Mexicano (Palmeiras), Sarará e Riberto (São Paulo), Amaral (Portuguesa de Desportos), Valmir (Corinthians), e Dorval (Santos,atualmente no Juventus).

Nos clubes que não lograram classificação e que disputaram o certame da “série branca” Bazzani,Afonsinho,etc.

ZEZINHO GOLEADOR MAXIMO

O atacante Zezinho do São Paulo,apesar de ausente da equipe em alguns jogos,marcou nada menos que 28 gols em todo o certame. Não deixa de ser um fato digno de registro. Paulo do Corinthians,marcou 26 tentos. Outra boa soma do “tanque” do alvi-negro.

A gazeta esportiva Ilustrada

Amigos leitores,em breve o blog mudará de endereço.

Estará em uma plataforma com mais recursos.

Nos próximos dias vou postar as opiniões e matérias aqui e no novo espaço.

Uma das novidades que postarei aqui no espaço,será a reprodução de matérias dos anos 50 e 60 da saudosa revista esportiva “A Gazeta Esportiva Ilustrada”.

Meu saudoso avô,Rubem de Lemos Pereira Lima me presenteou (quando o blogueiro ainda era adolescente)com as coleções completas da Gazeta Esportiva Ilustrada e da revista Placar.

A Gazeta Esportiva Ilustrada era a Placar dos anos 50 e 60.

Talvez venha dai o primeiro impulso para me tornar um jornalista esportivo.

Resolvi compartilhar as histórias e fatos do futebol daquela época com o amigo leitor.

Como já fiz aqui no blog com a “série” anos 80,em que reproduzi matérias da revista Paulistão,vou fazer o mesmo com matérias da saudosa Gazeta Esportiva Ilustrada,trazendo de volta ao amigo leitor os anos 50 e 60.

Acredite,é uma viagem fascinante, que já fiz várias e várias vezes,por dias e anos a fio.

E nesta viagem,não interessa muito o clube de coração.

Vale mais a informação,a curiosidade do que acontecia na época em que várias lendas do Futebol estavam em plena atividade.

Espero que o amigo aproveite e entre nesta jornada pelo tempo,juntamente com o blogueiro.

Abraços.

Marcello Lima.